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Autores

Eduardo Herrera Fernández
Leire Fernández Iñurritegui
Manuel Ángel García Seco
Daniel Raposo
José Miguel Gago da Silva

Editores

Eduardo Herrera Fernández
Leire Fernández Iñurritegui

O filósofo Ludwig Wittgenstein referia que “pensar é essencialmente operar com signos”; e é precisamente na actividade de procurar, criar, transformar, comunicar ou especular com signos gráficos onde se nos abre uma oportunidade substancial desde o Design; e dentro desta disciplina será especialmente significativo o realizar de operações a partir dos signos de transcrição fonética da linguagem: as letras. A capacidade de formular uma linguagem falada e de a interpretar através de um código visual —como é o alfabeto— são os requerimentos essenciais para conseguir uma comunicação gráfica.

Compreender a relação entre estes dois fundamentos é o desafio actual do ensino do design tipográfico: perceber o sistema textual como conceptualização da realidade e veículo essencial da comunicação, relacionando a história, a morfologia, a expressão, a função e a tecnologia. Utilizamos as letras para veicular a nossa voz, mas também para transmitir ideias significadas formalmente: as letras falam de história, de cultura, de ideais, de persuasão, de tecnologia, de identidade, de expressão, de interacção…

“Ver, oír, sentir letras” organizou-se com o objectivo geral de ajudar à criação de mais uma via de captação do fenómeno gráfico e contribuir a superar a debilidade de recursos conceptuais que uma disciplina como o Design adolesce actualmente para contextualizar a prática no ensino universitário.

Para tal, a partir da experiência profissional, docente e investigadora dos autores seleccionados, pretende-se aportar teorias dinamizadoras que possibilitem, em primeiro lugar, a aplicação de bases motivadoras conceptuais referentes à necessária síntese entre tradição tipográfica e novos modos de ler que nos colocam as novas tecnologias, assim como aos processos de design de sistemas de identidade tipográfica —ver—; o estímulo para o desenvolvimento da sensibilidade formal, reflectindo sobre aqueles aspectos que colocam em destaque o valor estético e cinestésico dos signos tipográficos —oír—; e por último, a exploração sobre a natureza das letras a partir de um olhar desde a sua mínima parte componente, o traço, passando pelo apoio do conhecimento histórico que sustenta muitas das características do espaço formal e expressivo das letras. Um espaço que, em definitiva, supõe um mapa da mente —que com frequência também é um mapa de ordem social do qual provém—. E para bem ou para mal, as mentes e as ordens sociais mudam.

Destinatários:

Este livro destina-se sobretudo à comunidade científica da área do design como investigadores, docentes e estudantes; mas também a designers que exercem actividade profissional em empresas.